A Copa do Mundo Socioeconômica

Luiz Alberto Machado[1]

Paulo Galvão Júnior[2]

 

Considerações preliminares

No próximo dia 14 de junho terá início a 21ª edição da Copa do Mundo da FIFA (Fedération Internationale de Football Association), um dos maiores eventos do esporte mundial, juntamente com os Jogos Olímpicos.

O Brasil detém dois registros relevantes: foi o único país cuja seleção participou de todas as edições da Copa do Mundo realizadas até hoje, além de ser o único a conquistar o título por cinco vezes, sendo, portanto, a única seleção pentacampeã mundial. O quadro 1 apresenta um histórico das Copas do Mundo realizadas até agora.

 

Quadro 1

 Histórico das Copas do Mundo

Ano Sede Campeão Vice-Campeão Participantes
1930 Uruguai Uruguai Argentina 13
1934 Itália Itália Tchecoslováquia 16
1938 França Itália Hungria 16
1950 Brasil Uruguai Brasil 16
1954 Suíça Alemanha Hungria 16
1958 Suécia Brasil Suécia 16
1962 Chile Brasil Tchecoslováquia 16
1966 Inglaterra Inglaterra Alemanha 16
1970 México Brasil Itália 16
1974 Alemanha Alemanha Holanda 16
1978 Argentina Argentina Holanda 16
1982 Espanha Itália Alemanha 24
1986 México Argentina Alemanha 24
1990 Itália Alemanha Argentina 24
1994 Estados Unidos Brasil Itália 24
1998 França França Brasil 32
2002 Japão/Coreia do Sul Brasil Alemanha 32
2006 Alemanha Itália França 32
2010 África do Sul Espanha Holanda 32
2014 Brasil Alemanha Argentina 32

Fonte: FIFA.

 

A 21ª edição da Copa do Mundo da FIFA será realizada na Rússia, com a abertura e a final sendo realizadas em Moscou, cidade que durante boa parte do século passado acumulou a condição de dupla capital, da Rússia e da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), conhecida mundialmente como União Soviética.

O período que se estende do fim da Segunda Guerra Mundial até o final do século XX foi caracterizado pela disputa da hegemonia político-econômica mundial entre duas superpotências: de um lado, o bloco capitalista liderado pelos Estados Unidos da América (EUA); de outro, o bloco socialista liderado pela União Soviética. O clima de grande rivalidade foi a tônica desse período, conhecido pelo nome de Guerra Fria, chegando, em alguns momentos, a um nível de tensão tão alto que se chegou a temer pela eclosão de uma Terceira Guerra Mundial. Essa possibilidade gerava receio generalizado em função do elevado grau de destruição do arsenal bélico de ambos os lados.

Com a queda do Muro de Berlim em 1989 e o fim da URSS em 1991, as relações internacionais ingressaram numa nova etapa e a rápida ascensão da China no cenário econômico internacional deu ensejo ao surgimento de uma nova correlação de forças a partir do início do novo século.

A memória da Guerra Fria, no entanto, não desapareceu por completo, de tal forma que a Copa do Mundo de 2018 provoca em muita gente recordações da grande rivalidade entre os países integrantes dos blocos capitalista e socialista. Essa rivalidade, aliás, era muito sentida nos Jogos Olímpicos, nos quais a conquista do maior número de medalhas era apresentada como um símbolo da superioridade de um ou outro sistema econômico.

Na Copa do Mundo essa rivalidade não era – e continua não sendo – tão sentida pois nem os EUA nem a Rússia (e, mais recentemente, nem a China) são considerados protagonistas, cabendo normalmente às suas seleções um papel de meras coadjuvantes.

Feitas essas colocações introdutórias, seguem-se algumas considerações a respeito de aspectos geográficos, demográficos e socioeconômicos envolvendo os oito grupos da primeira fase da Copa do Mundo da Rússia.

 

Aspectos geográficos, demográficos e socioeconômicos

Na sequência, cada grupo será examinado com base em quatro indicadores: área territorial, população total, Produto Interno Bruto (PIB) e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Quanto aos dois primeiros, não vemos necessidade de explicação. Vamos, portanto, a uma breve explicação dos outros dois indicadores.

De acordo com o Prof. Paulo Sandroni, em seu consagrado Dicionário de economia do século XXI:

PIB – Produto Interno Bruto. Refere-se ao valor agregado de todos os bens e serviços finais produzidos dentro do território econômico de um país, independentemente da nacionalidade dos proprietários das unidades produtoras desses bens e serviços. Exclui as transações intermediárias, é medido a preços de mercado e pode ser calculado sob três aspectos. Pela ótica da produção, o PIB corresponde à soma dos valores agregados líquidos dos setores primário, secundário e terciário da economia, mais os impostos indiretos, mais a depreciação do capital, menos os subsídios governamentais. Pela ótica da renda, é calculado a partir das remunerações pagas dentro do território econômico de um país, sob a forma de salários, juros, aluguéis e lucros distribuídos; somam-se a isso os lucros não distribuídos, os impostos indiretos e a depreciação do capital e, finalmente, subtraem-se os subsídios. Pela ótica do dispêndio, resulta da soma dos dispêndios em consumo das unidades familiares e do governo, mais as variações de estoques, menos as importações de mercadorias e serviços e mais as exportações. Sob essa ótica, o PIB é também denominado Despesa Interna Bruta.

Considerado um dos mais importantes indicadores econômicos de um país, o PIB constitui-se, portanto, num indicador meramente quantitativo que leva em conta o valor agregado de tudo aquilo que se produz no território econômico de um determinado país ao longo de um ano. Nesse sentido, quando nos referimos a crescimento anual do PIB, confrontamos o PIB de um ano com o PIB do ano anterior em valores reais, ou seja, descontada a inflação.

Já o IDH, como indicado no artigo Números de causar inveja, de nossa autoria, representa um avanço nos indicadores de desenvolvimento dos países. Antigamente, as classificações (ou rankings) consideravam apenas a variação anual do PIB de cada país, o que consistia numa comparação meramente quantitativa da variação do que cada país produzia de um ano para outro. Posteriormente, a ONU (Organização das Nações Unidas) passou a considerar o Coeficiente de Gini, cuja representação gráfica era a Curva de Lorenz, em que se considerava não apenas a variação da renda nacional, mas também o seu grau de distribuição. O IDH, concebido com a colaboração do economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 1998, é mais abrangente, composto por indicadores de três dimensões: saúde (considerando a longevidade medida pela esperança de vida ao nascer); educação (considerando o acesso ao conhecimento medido pela média de anos de estudo e os anos esperados de escolaridade); e a Renda Nacional Bruta (RNB) per capita, calculada com base no critério de paridade do poder de compra, em dólar americano.

O IDH é mensurado anualmente entre 0 (nenhum desenvolvimento humano) e 1 (desenvolvimento humano total) desde 1990. O IDH é um índice que mede a qualidade de vida da população de um país. O IDH avalia três indicadores: educação, saúde e renda. Quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano.

Calculado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o IDH classifica os países em quatro categorias: de desenvolvimento humano muito alto, quando o índice fica entre 0,800 e 1; de desenvolvimento humano alto, quando o índice fica entre 0,700 e 0,799; de desenvolvimento humano médio, quando o índice fica entre 0,550 e 0,699; e de desenvolvimento humano baixo, quando o índice fica entre 0 e 0,549. Nas tabelas de cada grupo a seguir, a posição de cada país é indicada pelas letras (a), quando for de desenvolvimento humano muito alto; (b), quando for de desenvolvimento humano alto; (c), quando for de desenvolvimento humano médio; e (d), quando for de desenvolvimento humano baixo.

No Relatório sobre o Desenvolvimento Humano 2016, a Noruega ficou com a primeira colocação no ranking, com IDH de 0,949. Já a última colocação ficou com a República Centro Africana, com IDH de 0,352. Nenhum deles participará da Copa da Rússia.

Feitos esses esclarecimentos, seguem-se algumas observações relativas a cada grupo, sendo cada um deles iniciado pelo cabeça de chave.

 

Grupo A

Países Área

(km²)

População (milhões de hab.) PIB

(US$ bilhões)

IDH
Rússia 17.098.200 146,80 1.283,20 0,804 (a)
Egito 1.002.450 92,80 336,30 0,691 (c)
Arábia Saudita 2.149.680 32,61 646,44 0,847 (a)
Uruguai 176.215 3,48 52,42 0,795 (b)
Total 20.426.545 275,69 2.318,36
Média 5.106.636 68,92 579,59 0,784 (b)

 

Evidentemente, a dissolução da URSS provocou uma redução significativa em termos territoriais. Ainda assim, a Rússia, isoladamente, é o país com maior área territorial entre os participantes da Copa do Mundo de 2018. Com área de 17.098.200 km², a Rússia contribui para que o Grupo A seja o que possui maior área acumulada entre os oito grupos da Copa do Mundo.

Também no que se refere à população, o Grupo A encontra-se em primeiro lugar com uma população acumulada de 275,69 milhões de habitantes, com acentuada contribuição relativa da Rússia.

No aspecto população, aliás, é interessante observar que os cinco países mais populosos do mundo não estarão participando da Copa de 2018, casos de China, Índia, EUA, Indonésia e Paquistão, de acordo com os dados da Trading Economics.

Em que pese a destacada participação relativa do Grupo A nos aspectos territorial e demográfico, ele não se encontra entre os três primeiros colocados nem em termos de PIB acumulado, nem de IDH.

 

Grupo B

Países Área

(km²)

População (milhões de hab.) PIB

(US$ bilhões)

IDH
Portugal 92.090 10,31 204,84 0,843 (a)
Espanha 505.992 46,53 1.232,09 0,884 (a)
Irã 1.648.200 80,90 393,44 0,744 (b)
Marrocos 446.550 34,90 101,45 0,647 (c)
Total 2.692.832 172,64 1.931,82
Média 673.208 43,16 482,95 0,779 (b)

 

O Grupo B não se encontra entre os três primeiros colocados em nenhum dos quatro aspectos considerados neste artigo.

Como características mais relevantes, duas chamam a nossa atenção. A primeira diz respeito à rivalidade futebolística entre Portugal e Espanha, cujas seleções enfrentar-se-ão já na primeira rodada, que se acentuou nos últimos anos, em que a Espanha ganhou duas Copas da Europa (2008 e 2012), além da Copa do Mundo de 2010 realizada na África do Sul, enquanto Portugal conquistou a última Copa da Europa em 2016. Essa rivalidade é alimentada pela presença de Cristiano Ronaldo, que divide com o argentino Lionel Messi a condição de melhor jogador do mundo na última década na seleção de Portugal, e dos últimos representantes da geração de ouro da Espanha como Sergio Ramos, Piquet, Busquets e Iniesta.

A segunda diz respeito à presença do Irã, país que vem se destacando no cenário esportivo asiático e mundial nos últimos anos em diversas modalidades, entre as quais o futebol e o voleibol. A seleção iraniana tem participado regularmente da Liga Mundial, competição anual que reúne as dezesseis melhores seleções de voleibol do mundo.

 

Grupo C

Países Área

(km²)

População (milhões de hab.) PIB

(US$ bilhões)

IDH
França 640.597 66,99 2.465,48 0,897 (a)
Austrália 7.692.060 24,13 1.204,62 0,939 (a)
Dinamarca 2.210.570 5,75 306,90 0,925 (a)
Peru 1.285.220 31,49 192,09 0,740 (b)
Total 11.828.447 128,36 4.169,09
Média 2.957.111 32,09 1.042, 27 0,875 (a)

 

O Grupo C apresenta o melhor IDH, juntamente com o Grupo F, com índice médio de 0,875, o que é explicado pela presença em sua composição de três países com desenvolvimento humano muito alto (Austrália, Dinamarca e França) e um com desenvolvimento humano alto (Peru).

Além dessa excelente posição em termos de IDH, o Grupo C aparece em segundo lugar em extensão territorial, graças, fundamentalmente, à área geográfica da Austrália, e em terceiro lugar em termos de PIB acumulado, para o que contribui decisivamente a presença da França.

 

Grupo D

Países Área

(km²)

População (milhões de hab.) PIB

(US$ bilhões)

IDH
Argentina 2.780.400 43,59 545,90 0,827 (a)
Croácia 56.594 4,15 50,43 0,827 (a)
Islândia 103.000 0,34 20,05 0,921 (a)
Nigéria 923.768 185,99 405,10 0,527 (d)
Total 3.863.762 234,07 1.021,48
Média 965.940 58,51 255,37 0,775 (b)

 

O Grupo D aparece em terceiro lugar no aspecto demográfico em função da presença da Nigéria, o país mais populoso do continente africano. Apesar de sua numerosa população, a Nigéria possui também um baixo desenvolvimento humano, sendo um dos dois únicos países – o outro é Senegal, também situado no continente africano – que ostenta essa classificação no ranking do PNUD.

De certa forma, o elevado contingente populacional da Nigéria consegue compensar a baixíssima população da Islândia (340 mil habitantes), disparadamente a menor dos 32 países participantes da Copa do Mundo da Rússia, e da Croácia (4,15 milhões), a quinta menor.

Também em termos de PIB acumulado o Grupo D se destaca negativamente. Com um PIB acumulado de US$ 1.021,48 trilhão, aparece no último lugar entre os grupos da Copa do Mundo de 2018. Também nesse quesito, conta muito a presença no grupo da Islândia, que possui o segundo PIB mais baixo entre os 32 países participantes da Copa do Mundo da Rússia, com US$ 20,05 bilhões, superior apenas ao de Senegal.

Em termos futebolísticos, porém, é o grupo da Argentina, bicampeã mundial, atual vice-campeã, a cuja seleção pertence Lionel Messi que, como já realçado, divide com o português Cristiano Ronaldo a condição de melhor jogador do mundo da última década, tendo cada um deles sido eleito cinco vezes pela FIFA. Uma boa participação na Copa do Mundo e a eventual conquista do título por um de seus países pode ter papel decisivo na escolha do melhor jogador do ano de 2018. Por enquanto, graças à notável participação na Champions League defendendo o Real Madrid, o português ostenta ligeira vantagem sobre o argentino.

 

Grupo E

Países Área

(km²)

População (milhões de hab.) PIB

(US$ bilhões)

IDH
Brasil 8.514.880 207.66 1.796,19 0,754 (b)
Costa Rica 51.100 4,91 57,44 0,776 (b)
Suíça 41.277 8,42 659,83 0,939 (a)
Sérvia 88.361 7,04 37,16 0,776 (b)
Total 8.695.618 228,03 2.550,62
Média 2.173.904 57,00 637,65 0,811 (a)

 

O Grupo E, ao qual pertence o Brasil, surge em terceiro lugar em termos de área territorial, essencialmente por conta da presença do Brasil, com sua área de 8.514.880 km².

Interessante notar que no quesito demográfico, embora o Brasil seja o sexto país mais populoso do mundo e o de maior população a participar da Copa do Mundo da Rússia, o Grupo E não aparece entre os três primeiros, o que se deve à reduzida população dos outros três integrantes do grupo, Costa Rica, Suíça e Sérvia.

Por outra ótica, graças à excepcional condição da Suíça que possui desenvolvimento humano muito alto e à condição dos outros três países do grupo de possuírem desenvolvimento humano alto, o Grupo E aparece na terceira colocação em termos de IDH.

No plano futebolístico, a presença da seleção brasileira, única pentacampeã mundial e sempre tida como uma das favoritas à conquista do título, confere interesse especial ao Grupo E. Outro fator de interesse especial diz respeito ao jogador Neymar, que vem sendo indicado há algum tempo como um dos três maiores jogadores do planeta juntamente com o argentino Lionel Messi e com o português Cristiano Ronaldo. Ainda que no presente momento esteja em desvantagem em razão da precoce eliminação do Paris Saint-Germain da Champions League e da grave lesão que o mantém afastado dos campos nos últimos dois meses, é possível que uma atuação destacada na Copa do Mundo e um eventual título conquistado pela seleção brasileira sejam fatores suficientes para a eleição de Neymar como melhor jogador do mundo de 2018.

 

Grupo F

Países Área

(km²)

População (milhões de hab.) PIB

(US$ bilhões)

IDH
Alemanha 357.021 82,80 3.466,76 0,926 (a)
Coreia do Sul 99.828 50,80 1.411,26 0,901 (a)
México 1.964.380 123,52 1.046,92 0,762 (b)
Suécia 450.295 10,00 511,00 0,913 (a)
Total 2.871.524 267,12 6.435,94
Média 717.881 66,78 1.608,98 0,875 (a)

 

O Grupo F aparece em primeiro lugar em dois dos aspectos contemplados neste artigo.

Em termos de PIB acumulado, surge na primeira colocação, graças principalmente à presença da Alemanha, que possui o segundo maior PIB entre os 32 países participantes da Copa do Mundo, mas também em razão das contribuições de Coreia do Sul e México, que possuem PIB superior a US$ 1 trilhão.

O outro aspecto em que o Grupo F aparece com destaque é o que se refere ao IDH, em que divide a primeira colocação com o Grupo C. Não é difícil entender tal posição, já que dos quatro integrantes do grupo, três possuem desenvolvimento humano muito alto – Alemanha, Coreia do Sul e Suécia – e o outro – México – desenvolvimento humano alto.

Como única seleção tetracampeã mundial participante da Copa do Mundo – a outra, Itália, não se classificou – e atual campeã mundial, a seleção alemã surge também com uma das principais favoritas ao título, o que confere especial interesse ao Grupo F também no plano futebolístico.

 

Grupo G

Países Área

 (km²)

População (milhões de hab.) PIB

(US$ bilhões)

IDH
Bélgica 30.528 11,37 466,37 0,896 (a)
Inglaterra 130.279 54,2 2.495,95 0,940 (a)
Panamá 75.417 4,03 56,18 0,788 (b)
Tunísia 163.610 11,29 42,10 0,725 (b)
Total 399.834 80,89 3.060,60
Média 99.958 20,22 765,15 0,837 (a)

 

O Grupo G aparece em segundo lugar no quesito IDH, o que se deve ao desenvolvimento humano muito alto da Inglaterra (0,940) e da Bélgica (0,896) e ao desenvolvimento humano alto do Panamá (0,788) e da Tunísia (0,725), país africano com melhor IDH entre os participantes da Copa do Mundo da Rússia.

Em dois dos aspectos levados em conta neste artigo, entretanto, área territorial e população, o Grupo G aparece em oitavo e último lugar. No plano territorial, contribuem para tanto as reduzidas áreas da Bélgica (30.528 km²) e do Panamá (75.417 km²). Já no plano populacional, pesa bastante a contribuição mínima do Panamá, que com uma população de pouco mais de quatro milhões de habitantes é o terceiro país menos populoso da Copa, ficando acima apenas da Islândia, que tem uma população de 340 mil habitantes e do Uruguai, cuja população é de 3,48 milhões de habitantes.

 

Grupo H

Países Área

 (km²)

População (milhões de hab.) PIB

(US$ bilhões)

IDH
Polônia 312.685 37,97 469,51 0,855 (a)
Colômbia 1.141.750 48,75 282,46 0,727 (b)
Japão 377.930 126,71 4.940,16 0,903 (a)
Senegal 196.722 15,26 14,77 0,494 (d)
Total 2.029.087 228,69 5.706,90
Média 507.271 57,17 1.426,72 0,744 (b)

 

O Grupo H, graças à presença do Japão, que possui, isoladamente, o maior PIB entre os 32 participantes da Copa da Rússia, aparece em segundo lugar no quesito PIB acumulado, ficando atrás apenas do Grupo F.

O elevado PIB do Japão compensa o do Senegal, que, com US$ 14,77 bilhões, é o mais baixo de todos os países participantes da Copa do Mundo da Rússia.

No entanto, mesmo com a presença do Japão, o Grupo H é o que revela pior IDH entre os oito grupos da Copa do Mundo de 2018, o que se deve, essencialmente, ao péssimo desempenho de Senegal, que, com o IDH de 0,494, surge como o pior entre os 32 países participantes da Copa da Rússia.

 

Comentários finais

Nosso objetivo, neste artigo, não é o de estabelecer qualquer correlação entre desempenho futebolístico e os quatro indicadores considerados – área territorial, população total, PIB e IDH. Até porque, não acreditamos que possam ser apontados.

Isso faz do futebol, no mínimo, uma modalidade bastante democrática, uma vez que as seleções dos dois países mais ricos do mundo da atualidade, EUA e China, não obtiveram classificação para a Copa do Mundo. Além disso, esses dois países não possuem posição destacada no ranking do futebol mundial nem entre seleções nem entre clubes.

Nosso objetivo é apenas indicar algumas características interessantes envolvendo os 32 países participantes da 21ª edição da Copa do Mundo da FIFA[3], que terá início no dia 14 de junho próximo, com a partida entre as seleções da Rússia e da Arábia Saudita, no Estádio Luzhniki, em Moscou. E para concluir com mais uma observação interessante, será apenas a terceira vez em que a partida de abertura não conta com a presença de pelo menos uma seleção campeã do mundo e, certamente, a primeira vez que não conta, ao menos, com uma das seleções do primeiro escalão do futebol mundial.

 

 

Referências bibliográficas e webgráficas

ÁREA – Lista de países. Disponível em http://www.sport-histoire.fr/pt/Geografia/Paises_por_area.php. Acesso em 2 de abril de 2018.

FIFA. World Cup. Disponível em http://www.fifa.com/worldcup/. Acesso em 16 de abril de 2018.

MACHADO, Luiz Alberto; GALVÃO JR., Paulo. Números de causar inveja – Os principais índices dos Países Nórdicos. Disponível em http://www.souzaaranhamachado.com.br/2018/03/numeros-de-causar-inveja/.

PIB – Lista de países. Disponível em https://pt.tradingeconomics.com/country-list/gdp. Acesso em 12 de abril de 2018.

PNUD. Relatório sobre Desenvolvimento Humano 2016. Disponível em: http://www.br.undp.org/content/dam/brazil/docs/RelatoriosDesenvolvimento/undp-br-2016-human-development-report-2017.pdf . Acesso em: 12 de abril de 2018.

POPULAÇÃO – Lista de países. Disponível em https://pt.tradingeconomics.com/country-list/population. Acesso em 3 de abril de 2018.

SANDRONI, Paulo. Dicionário de economia do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2005.

 

[1] Economista, graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Mackenzie, mestre em Criatividade e Inovação pela Universidade Fernando Pessoa (Portugal). Sócio-diretor da empresa SAM – Souza Aranha Machado Consultoria e Produções Artísticas. E-mail: lasam.machado@gmail.com.

 

 

 

[2] Economista, graduado em Ciências Econômicas pela UFPB, com especialização em Gestão em Recursos Humanos pela FATEC Internacional. Professor do Curso de Graduação em Ciências Contábeis e em Administração nas disciplinas de Economia e de Economia Brasileira no IESP Faculdades. E-mail: paulogalvaojunior@gmail.com.

 

[3] Dos 32 países participantes da Copa do Mundo de 2018, 14 são da Europa, 5 da África, 5 da América do Sul, 4 da Ásia, 2 da América Central, 1 da América do Norte e 1 da Oceania.